segunda-feira, 11 de abril de 2011

Punta Del Este - Não adianta levar sua bússola



Porto de Punta

Em 1991, saí do Brasil pela primeira vez! E, o Uruguai, especificamente Punta del Este, foi o primeiro lugar que tive a sensação de colocar na carteira uma moeda diferente, escutar pessoas falando na rua em outro idioma e achar que tudo que ali existia era especial porque era "importado", desde uma simples concha do mar no Rio da Prata a um gibi do Pato Donald em castelhano. 



O Uruguai reserva muitas surpresas em sua cultura, gastronomia, paisagens campestres, recantos bucólicos na beira do rio e um quê de charme europeu em Montevidéo. Todos eles merecem vários textos e fotos, mas nada se compara ao impacto que causa Punta del Este, seja numa primeira visita ou para os que tem o hábito, a sorte ou o bom gosto de veranear em Punta anualmente.

A "St Tropez" sulamericana é de fácil acesso e de fácil circulação graças à toda infra-estrutura criada nela. Desde a Praia Mansa, Punta Ballena, Brava, Bikini ou José Ignacio, Punta de espalha numa sucessão de acertos. Não há caminho certo. Quando você sai da sua rota, nunca se perde, pois tudo aqui reflete em beleza e bom gosto, ressalta-se para todos os gostos.

Para nós, brasileiros, que temos um belo litoral e um leque de praias de todos os tipos, a surpresa é ainda maior encontrar algo que destoa dos padrões que temos de um balneáreo. A construção em Punta traz um pouco do mediterrâneo, um tanto de estilo de montanha (cheio de mansões com chaminés e telhados pontiagudos) e traz um pouco do melhor da arquitetura norte-americana. Não é à toa que um dos bairros mais bonitos é chamado de BEverly Hills.


Bikini

Punta combina com família, com amigos, com romance, com descanso, com balada 24 horas, com compras, com uma orgia alimentar impecável... A primeira vez que estive aqui, tinha apenas 11 anos. Era inverno, mas fazia um belo dia de sol. O vento rasgava os casacos pelas ruas desertas da península. Apesar de vazia, casas fechadas, a percepção nessa época é bem interessante. Quande passei pela primeira vez pela ponte em La Barra, guardei na memória uma mini rio-niterói que separava uma cidade de uma grande fazenda à beira-mar. Hoje, repleto de bares, restaurantes e clubes da moda, mais se parece com alguma ruazinha badalada de Ibiza.


Eleito como um dos lugares mais charmosos por minha mãe, voltamos mais duas vezes à cidade. Em janeiro de 2001, mas se via os nomes das ruas no centro de tanta gente. Os restaurantes dobrava em filas e  o porto se acotovelava de tantos veleiros e iates. Outra vez em outubro de 2005 para comemorar seu aniversário no Conrad. O Conrad hoje em dia é um clichê necessário. Sendo uma mini Vegas, todos devem visitar, jantar e fazer uma fezinha no Casino.


Punta Del Este

Uma das coisas que mais gosto é a rotina de punta. O dia começa tarde. Todos parecem sempre estar num clima de Carpe Diem constante. E, seja qual for seu objetico, Punta terá a sua opção pra lhe oferecer. Num último dia de viagem, eu, meu pai e uns amigos resolvemos alugar bicicletas. Saímos da península margeando a Praia Brava e se perdendo por Beverly Hills. Simplesmente, perfeito!



Península

La Barra
O mar não é quente como o nosso, não é tão cristalino, mas cada praia tem sua característica que agrada a todos. Punta Ballena com seu ar cult no casapueblo; Playa Mansa, uma enorme planície cheia de paradores, cada uma mais charmoso que o outro. Na prainha da península o fim de tarde é concorrido com um belo pôr do sol! Playa Brava é brava! De frente para os condomínios mais novos, também conta com sua gama de bares e restaurantes e toda tribo é bem-vinda. Entre La Barra, Bikini e Jose Ignacio está o agito. Cada "barraca" mais animada e concorrida que a outra. Mais uma vez, os ponteiros da bússola perdem o senso de direção, pois não se sabe para onde olhar com tanta gente bonita. Nesse miolinho estão antigos e novos ícones de hospedagem como o Mantra e o Fasano.

Seja no mar ou em terra, em Punta se pratica todo tipo de esporte. Pode-se velejar, jogar golfe, tênis, mas um dos esportes preferidos mesmo é o vai e vem nas ruas Gorlero e Remanso com suas grifes internacionais onde o único intervalo permitido é o sorvete na Freddo ou um gelado Cleriquot em algum café ou restaurante no Porto.
La Barra



Punta Ballena

Casapueblo

A gastronomia e as baladas é outra "perdição" que a cidade oferece. Praticamente, come-se bem em qualquer dos bares de praia, nos apradores e nos muitos bons restaurantes espalhados na cidade. Desde lanches rápidos, como as medialunas, a brunchs. Não importa se a pedida é uma autêntica parrilla uruguaia ou um bom prato de frutos do mar (a Bértola é uma boa pedida). A invasão de bons restaurantes com cozinha contemporânea já notada tanto nas cidades como em praias, caso do La Huella e do La Huerta.


Depois de tudo isso, não teve mais jeito! Punta já havia roubado meu coração e não consegui mais deixar de ir. Quem sabe não nos vemos de novo no reveillon!

Boa Viagem! 







sexta-feira, 8 de abril de 2011

O charme e curiosidade dos micro Estados europeus

Ao falar de Europa é muito comum se escutar da França, da Espanha, da Itália, da Suíça e até de países mais “exóticos” como a Grécia ou a Rússia. Tamanha é a surpresa quando vemos no jornal que a Holanda foi derrotada pela Seleção de futebol de Luxemburgo ou que o Príncipe de Lichtenstein compareceu ao encontro mundial sobre meio ambiente.

Casino de Monaco


No extenso mosaico cultural que há na Europa, é incrível o destaque que um pequeno país, em extensão territorial, como a Holanda tenha tanto a oferecer e se descobrir como um país como a França que é quinze vezes maior em seu tamanho.

Encravados e espremidos entre países maiores e mundialmente famosos, esses pequenos territórios mantiveram sua cultura, seus costumes e demonstraram sua força ao longo do tempo, mantendo independência dos constantes ataques dos seus vizinhos.

Destacam-se: Grão Ducado de Luxemburgo, Principado de Liechtenstein, Co-Principado de Andorra, Principado de Mônaco e a República de Malta.

Destes, ainda me resta conhecer a famosa ilha de Malta, famoso balneário encravado no Mediterrâneo.


Praça do Cassine e Hotel de Paris

O primeiro deles que visitei foi Mônaco. Cheguei num fim de tarde de janeiro. Fazia frio, mas nada que acabasse com o encanto desse pedacinho de conto de fadas. Acho que qualquer pessoa que assista Formula um ou que viveu à época de GRace Kelly alimentou o sonho de um dia estar por aquelas ruas entre os morros dos Alpes Franceses e o brilho do Mar da Costa Azul francesa.






No "auge" dos meus 17 anos, estava pela primeira vez em território monegasco. Após um breve reconehcimento da cidade, fui para o hotel me arrumar e saí decidido a explorar o país à noite e entrar no Casino, o que não seria fácil sendo menor de idade e ainda mais ser selecionado pelo "Door Men".

Caminhar por Mônaco requer disposição, uma vez que o Palácio dos Príncipes, a Catedral e suas praças estão separadas por ladeiras. Mas a cada curva se descortinava uma vista maravilhosa de uma noite estrelada de inverno no sul da Europa. O ponto alto da noite sem dúvida foi tomar um drink no Hotel de Paris e, sim, eu consegui entrar no CAssine de Monaco. Não que seja fã de jogatina, mas estar lá, fazia-me sentir parte de sua história.

Com amigos em Montecarlo
Mar Azul
No outro dia, foi a vez de explorar Mônaco pelo mar e em uma de suas praias particulares. Caríssimo, mas valia cada franco gasto na época.

Demorei muito para voltar a Mônaco. Fui de novo com amigos ano passado, apenas de passagem. O encanto causado é o mesmo! Externamente tudo parece estar da mesma forma: impecável. Por dentro, muitas modernidades são incorporadas ao longo do tempo. Meu GPS se perdia a todo tempo, meu medo de bater numa ferrari era gritante, afinal pagar o concerto de um carro desses significaria jantar no Mc Donalds pelo resto da viagem!




Rua Principal de Andorra La Vella

Andorra oferece uma paisagem completamente diferente de Mônaco. No meio dos Pirineus entre a França e a Espanha, é um verdadeiro parque de diversões para quem curte esquiar e qualquer tipo de atividades outdoor, que incluem rafting, tracking e montanhismo. Vale ressaltar que é também um paraíso para compras, já que é isento de impostos.




Estações de Esqui de Andorra



Arquitetura Típica de Andorra

Andorra cresce de forma ordenada, tem um quê de Suíça ibérica. Repleta de paisagens rurais, pistas de esqui impecáveis e gastronomia de todos os tipos com toda sorte de restaurantes. Uma coisa que me chamou muita atenção foi que a maioria dos hotéis possuíam seus próprios meios de elevação para as montanahas, sem que o hóspede tenha que se levantar tão cedo para tomar uma estrada em direção a sua estação de esqui.


O rico principado de Liechtenstein lembra também a Suíça, afinal está encravado nela. Enquanto Andorra tem uma arquitetura de montanha se usando de muita pedra, Liechtenstein puxa completamente para a arquiteura alpina, usando-se de muita madeira. Já passei duas vezes por este pequeno país, mas sem nunca ter dormido. E, garanto que se não houvesse uma placa de boas-vindas, pensaria estar ainda em território suíço ou austríaco.


Catedral de Vaduz e Casa de Governo

Vaduz, sua capital, parece uma casinha de bonecas, com suas ruas ajardinadas impecáveis e montanhas nos arredores cobertas por neve. O castelo do Principado muito lembra um castelo medieval, vigilante no alto de seu burgo. Fora o esqui muitas atividades de lazer também são oferecidas por aqui.



Castelo de Vaduz



Cidade de Luxemburgo

Por fim, o Grão-Ducado de Luxemburgo no meio de três países de muita tradição. Muita gente passar por aqui ou faz um passeio de um dia, saindo de Bruxelas ou Paris. Mas, aconselho dormir uma ou duas noites para visitar seu interior e sua capital. A cidade de Luxemburgo tem ares cosmopolitas. O país já fez parte da Bégica e da Holanda, e adquiriu muitos costumes de ambos países. Antes de ser membro da União Européia, já era membro da Benelux. O Palácio do Grão-Duque, a Catedral e o traçado da cidade com seus morros oferecem muito o que ver na sua rica arquitetura com diversas influências. Seu interior preservas várias cidades medievais, atividades de ecoturismo e paisagens bucólicas. Fica a dica: Alugar uma bicicleta em Echternach e margear o rio Sauer. Leve sua cesta de pic-nic e sinta o clima desse pacato país!

Um sempre boa viagem!